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  • Join Date: November 12, 2022
KinnPorsche thai drama review
Completed
KinnPorsche
0 people found this review helpful
by pjmnjjkk7
Nov 12, 2022
14 of 14 episodes seen
Completed
Overall 10
Story 9.5
Acting/Cast 10.0
Music 10.0
Rewatch Value 9.5
This review may contain spoilers

Insuperável

Entrei no mundo boys love com chave de ouro. Kinnporsche foi, por incrível que pareça, meu primeiro BL tailandês. Presumo que minha exigência para com outros dramas sejam advindas deste fato. Faz alguns meses que eu a concluí e até então, nenhuma me prendeu do jeito que Kinnporsche conseguiu.

A qualidade cinematográfica é surreal, os cenários são indescritivelmente bons, não recordo-me de ter visto nada fora do lugar. O ritmo foi perfeito, nada muito arrastado ou rápido demais. A fotografia impressiona em muitas cenas, bem como a trilha sonora espetacular, que conta com nomes como as bandas Slot Machine e Season Five e o deslumbrante Jeff Satur que cantou a, na minha opinião, melhor faixa da OST. Esta série definitivamente possui os atores mais belos da Tailândia, pensa em um BL para ter homens lindíssimos. Personagens complexos e moralmente duvidosos. Figurino e adereços incríveis. O humor dessa série é impecável. Nada muito forçado, diferente de outros bls que tentam ser engraçados recorrendo à efeitos sonoros que acabam deixando as cenas para lá de ridículas.

Em relação ao casal principal, eu ADOREI (sim, em letras garrafais). Primeiramente, sou extremamente grata à BOC por ter adaptado aquela novel porcamente escrita pelos Daemi e principalmente os personagens. Na novel, Kinn é uma espécie de universitário rico e mimado que perde a paciência e grita com alguém a cada um segundo, simplesmente insuportável. Além de executar coisas moralmente duvidosas para com o Porsche. Este, por sua vez, xinga alguém de 'bastardo' a cada cinco palavras (literalmente) e passa uma imagem de hetero top, na minha opinião, um tanto entediante, a díspar do Porsche carismático e mente aberta que temos o prazer de assistir na série. Ambos ficam se agredindo o tempo todo e não conseguem conversar até altos capítulos. Sem contar que Porsche em diversos momentos da novel dá a entender que é um pouco homofóbico.

Mile e Apo foram perfeitos contracenando. Possuíam uma química absurda, sentiam-se visivelmente confortáveis um com o outro. Tenho a leve impressão de que eles possam vir a ser os próximos MaxTul, por assim dizer. Gostei do equilíbrio entre as cenas fofas e sexuais de Kinn e Porsche — e que cenas!

De Kimchay eu não tenho muito a resenhar. Admito que a princípio eu achei que seria um porre, mas surpreendentemente acabei gostando. Kim deu umas mancadas, é verdade, e Porchay foi um pouquinho emocionado; o primeiro não dava quase nenhum indício de que gostava mesmo dele.

— Você também me ama?
— Estou com fome.

Jeff é extremamente lindo e a pessoa que escalou o Barcode para interpretar o Porchay foi um gênio. Ele realmente se parece com o Apo (ator que interpreta o Porsche). Espero ver o romance deles desenvolvendo-se melhor na próxima temporada.

Contudo nem tudo são flores e em minha percepção, Kinnporsche pecou em muitas coisas também.

O enredo tem umas lacunas terríveis, embora para alguns não tenha sido muito perceptível. Mas atribuí isso à novel. Não passou aquele ar de Máfia, onde tudo se resolvia debaixo dos panos, as armas desafiavam a lei da gravidade. A relação de Kinn e Porsche começou a parecer enfadonha. Eles não conversavam, tudo se resolvia em sexo. Miraram em desenvolver um co-protagonista misterioso e acabaram acertando no vazio. Kinn tem a profundidade de um pires.

O final não desceu, ficou entalado. A perspectiva do Porsche assumir a segunda família, levando em conta sua personalidade caótica é quase risível, aquele plot da mãe morta que na verdade não estava morta ficou, com todo respeito, uma caca. Ainda espero algum sentido naquilo. Quase não vimos mulheres, o que já é comum nos bls e aparentemente todos são gays. Kinn, Kim, Tankhun, Vegas, Pete, Porchay, Tay, Time, ninguém vai se surpreender se o Korn também for. Inclusive, este último personagem é estranhamente enigmático para mim.

Todavia, o que me desagradou de verdade, o que me preocupou seriamente, foram eles, os aclamados VegasPete. Sinceramente, eu não sei nem por onde começar. Eu nunca imaginei que esse tipo de relacionamento algum dia seria retratado em um BL audiovisual. Eu já li 2ha e algumas outras histórias que abordavam personagens perturbados, mas estes pelos menos tinham alguma complexidade.

A passação de pano para esse casal é absurda. Há quem diga que eles levaram a série nas costas. Tanto Vegas quando Pete são dois personagens que precisam seriamente de tratamento psiquiátrico, parece um cinquenta tons de cinza só que pior em alguns pontos. Vislumbrar as cenas deles eram angustiantes para mim.

Me perdoem, mas eu não consigo tolerar as atitudes do Vegas. Ele é extremamente perturbado, um verdadeiro sádico.

"Ah, mas é porque ele não tinha um pai que o amasse verdadeiramente".

Não. Separando neste momento a ficção da realidade, percebamos que isso é um só um subterfúgio, uma desculpa para justificar suas ações. Como Cristian Grey em cinquenta tons de cinza, por exemplo. Ele é um personagem extremamente tóxico, abusivo, controlador, misógino, por que? Por causa de sua infância. Sua mãe era uma prostituta viciada. Assim, todos leitores da trilogia o vitimizaram, dizendo que seu passado justificava seu feitio doentio. Todos os personagens 'ruins' têm algum trauma para se justificarem (com raríssimas exceções, claro).

Vegas não é diferente. Se tirarmos o fato de seu pai ter sido um carrasco com ele, simplesmente não vai haver nenhum argumento para defendê-lo. O que ele faz não é certo, tampouco o amor, ou seja lá o que ele e Pete sintam pelo outro, pode salvá-lo tão facilmente. Era muito emocional, por isso não acho que ele se encaixe na personalidade INTJ.

Contudo, principalmente, esse casal foi extremamente mal desenvolvido. Foi tudo de 0 a 100 muito rápido. No primeiro capítulo, dos quais apenas três e ainda por cima incompletos foram dedicados à eles, Pete é preso e torturado, no segundo eles se tornam colegas e transam com direito a objetos de sadomasoquismo e tudo o mais, e no último eles estabelecem uma espécie de relacionamento que ninguém sabe aonde vai dar. Minha expressão se contorceu em uma careta de puro desgosto. Acho que esse é o principal motivo para eu ter odiado VegasPete. Deviam ter acompanhado Kinn e Porsche desde o começo ou pelo menos no meio da série. Algumas coisas não fizeram sentido algum. Se houvessem sido bem desenvolvidos, para mim, no miníno, teriam sido dignos de pena. Sem contar que eu não achei que Bible e Build tinham toda essa química não. Mas individualmente ambos são atores perfeitos.

Resumindo, kinnporsche é uma grande produção, mas as inconsistências na narrativa prevalecem. Eu estou louca para a segunda temporada, mesmo achando que vão desenvolver mais os casais secundários. Teve seus prós e contras e ainda tem havido muitas evoluções nessa indústria, mas acho difícil algum outro BL superar Kinnporsche. Todos são chatos perto dele. Kinnporsche é definitivamente meu BL favorito. Nada daqueles clichês de faculdade, satisfatoriamente inovador. Recomendo muito.
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